quarta-feira, 28 de maio de 2014

Travessia da Serra do Papagaio - Dia 1, por Fabio Fliess



 Nascer do sol visto da estrada, a caminho de Aiuruoca
Foto: Fabio Fliess

Animados com a experiência que tivemos em Aiuruoca no Carnaval deste ano (ver posts anteriores no blog), assim que retornamos a Petrópolis começamos a planejar essa travessia.  Ela era um projeto antigo meu, da Letícia e do Marcelo Garcia, que havíamos tentado fazer essa travessia em setembro do ano passado, mas tivemos que adiar.
Além de nós três, convidamos os velhos parceiros de trilha Rafael Guerra e Lidiane Araújo. O casal Gustavo e Fabiolla também foi “escalado”, mas na última hora a Fabiolla teve um problema e não pode ir.  Em cima da hora, convidamos o amigo Adriano Fiorini, que estava há tempos querendo fazer essa trilha. Ele topou na hora!
Por se tratar de uma travessia, a parte mais chata da logística é arrumar transporte para nos levar ao início da trilha (no Sítio do Saulo, localizado no Vale do Matutu) e nos resgatar em Vargem, um bairro rural de Baependi.  Pesquisando na internet, encontrei diversas menções ao Marcus, proprietário da Pousada Ajuru e que possui uma kombi que ele usa como táxi. Ele já estava habituado a fazer esse trabalho.  No final de março fiz contato com ele por telefone, e já deixamos combinado o serviço de translado.
As 3h15 da manhã de quinta-feira (dia 01/05), eu, Letícia, Rafael, Lidiane e Gustavo estávamos prontos esperando pelo Garcia e Fiorini em Itaipava.  Tão logo eles chegaram, distribuímos todos em dois carros e seguimos direto até Lima Duarte, onde reabastecemos.  De lá, tocamos sem parar até Aiuruoca, aonde chegamos as 7h da manhã. Fomos até a Pousada Ajuru, localizada na entrada da cidade, onde procuramos pelo Marcus, que não estava. A funcionária da pousada se encarregou de contatá-lo.
Aproveitamos o tempo que ele levaria para chegar à pousada para tomarmos um rápido café numa padaria da cidade. Retornamos e encontramos com o Marcus. Após as apresentações de praxe e um rápido bate-papo, arrumamos as cargueiras na kombi e tocamos para o Vale do Matutu. As 8h30 já estávamos nos arrumando para iniciar a trilha. Despedimos-nos do Marcus deixando nosso resgate combinado para domingo ao meio dia.

 Pico do Papagaio visto da entrada do Sítio do Saulo
Foto: Fabio Fliess

As 8h40 começamos uma longa subida até o sítio do Sr. Batista. Chegamos, batemos palmas, mas não havia ninguém em casa.  Ao lado da residência existe uma bica onde pudemos abastecer nossos cantis.  A trilha segue em terreno aberto em direção ao enorme paredão do Pico do Papagaio. Essa aproximação levou cerca de 2h, pois subimos com bastante tranquilidade. Bem próximo do paredão, entramos numa floresta até praticamente tocarmos na pedra.  Andamos mais uns 15 minutos e encontramos um riacho, o último ponto de água confiável antes de chegarmos ao acampamento do dia, no Retiro dos Pedros.  Todos encheram seus cantis até o limite, o que tornou a caminhada um pouco mais difícil, por conta do peso adicional.

A turma admirando a Serra da Mantiqueira
Foto: Fabio Fliess

Com mais alguns minutos de caminhada, passamos por lindos campos abertos, onde em alguns pontos pudemos avistar o Vale do Matutu e a Cachoeira do Fundo. Ali já estávamos próximos da bifurcação que divide a continuidade da travessia (à esquerda) e a trilha até o cume do Pico do Papagaio. Chegamos um pouco antes das 13h nessa bifurcação, onde fizemos uma parada. Garcia, Fiorini e Gustavo decidiram por um bate-e-volta até o cume do Papagaio e o restante da turma ficou descansando.

Visual da Mantiqueira, no cume do Pico do Papagaio
Foto: Gustavo Machado

Eles regressaram as 14h45 e pelo adiantado da hora, juntamos imediatamente as mochilas e começamos a caminhar em direção ao nosso acampamento.  Sabíamos que teríamos no mínimo duas horas e meia de caminhada até o Retiro dos Pedros e o ideal seria chegarmos lá ainda com a luz do dia.
Em questão de minutos, já estávamos passando ao lado da Pedra Quadrada, que marca o ponto de ligação de outra trilha que leva ao Pico do Papagaio, e que usamos no Carnaval.  
Seguimos subindo até chegarmos praticamente ao lado do Santuário (que até então chamávamos de Tamanduá, em função das referências que obtivemos na internet), uma bonita elevação com grandes pedras espalhadas no cume.  

Subindo até o Santuário
Foto: Fabio Fliess

Continuando a caminhada, atravessamos um muro de pedras - bem antigo. A partir desse ponto a caminhada é praticamente toda na crista da serra, subindo e descendo morros e lages de pedra, e já avistando nosso “objetivo” do dia, o Morro da Bandeira (ponto culminante de toda a travessia com 2357m de altitude). 
Sabíamos que ali perto, aos pés dessa montanha, ficava o Retiro dos Pedros e um ponto de água. A tarde avançava depressa, o frio aumentava e todos estavam bem cansados pela curta noite de sono na noite anterior e pela viagem.  Por volta das 17h15, bem próximos do Bandeira, encontramos um bonito vale descampado com algumas “ilhas” de vegetação. Fizemos um rápido referendo, e acabamos optando por acampar ali mesmo.  Montamos as barracas, nos agasalhamos, preparamos uma refeição quente e ainda tivemos o privilégio de assistir um lindo por do sol. 
Todos foram dormir bem cedo (por volta das 19h), pois o frio e o vento estavam fortes demais.

 A turma caminhando em direção ao Morro da Bandeira
Foto: Fabio Fliess

 Nosso acampamento, próximo ao Retiro dos Pedros
Foto: Fabio Fliess

 Por do sol 
Foto: Fabio Fliess

2 comentários:

Anônimo disse...

PÔ, SACANAGEM HEIN.
POSTAR SOMENTE UMA PARTE DESSE RELATO E DEPOIS DEIXAR AS PESSOAS CURIOSAS COM O RSTANTE.
ENTAO NEM POSTASSE O RELATO NAO É?
ESPERAVA TIRAR ALGUMAS DUVIDAS DESSA TRAVESSIA, MAS ME DECEPCIONEI.

NUNCA MAIS VOLTO.

Rafael Guerra disse...

Amigo,
bom dia!
posso garantir que o autor não fez por mal. Normalmente dividimos postagens muito grandes para que não a leitura não fique maçante.
Mas faço questão de te ajudar com as dúvidas... é só me enviar um e-mail (rafaelguerra01@hotmail.com).
Essa travessia é alucinante. Vale muito a pena.
E que bom que você deixou a sua opinião.
Abs!